sexta-feira, 11 de abril de 2014

52 anos depois do livro "Primavera Silenciosa" e a "Síndrome do Desaparecimento das Abelhas"

Por Maria Morais

52 anos depois do lançamento do livro "Primavera Silenciosa" - Rachel Carson  estamos em movimento para reduzir o uso de pesticidas tóxicos que tem causado o desaparecimento de abelhas em larga escala em todo o mundo.

"Primavera Silenciosa"

Uma das obras mais importantes do século 20 foi publicado em 1962, o livro fez o primeiro alerta mundial sobre os efeitos nocivos do uso de agrotóxicos e questionou os rumos da relação entre o homem e a natureza.

Rachel Carson era bióloga marinha e pesquisou profundamente a questão do uso de agrotóxicos nos Estados Unidos, tema que chamou  a atenção da bióloga e escritora já em 1945 quando pesquisadores americanos começaram a estudar os efeitos do pesticida  dicloro-difenil-tricloroetano (o inseticida DDT) no meio ambiente.

A Alemanha sintetizou o DDT em 1874, mas somente em 1939 o químico suíço Paul Hermann Muller (1899-1965) descobriu suas propriedades inseticidas e em 1948 ele ganhou o Prêmio Nobel de Medicina pela descoberta e sucesso inicial do uso do pesticida no combate aos insetos transmissores de doenças como a tifo, a malária e a febre amarela. O DDT começou então a ser usado para combater os insetos que atacavam as lavouras após a Segunda Guerra Mundial. Uma década depois começaram as primeiras notícias dos efeitos da contaminação da água, do solo e da morte de animais.

Rachel Carson levou 04 (quatro) anos pesquisando sobre o tema e contou com uma rede de colaboração de cientistas de diversos países.

De acordo com suas pesquisas, o DDT atinge todo o ecossistema (solo, água, fauna e flora), atinge a cadeia alimentar e chega ao homem.

A bióloga e escritora enfrentou com coragem os fabricantes de pesticidas que se uniram para desacreditar seu trabalho e seus colaboradores enquanto a população manifestava apoio à bióloga.
Muitos países na Europa baniram o DDT a partir de 1968 e os Estados Unidos em 1972, ano em que a Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes, assinada por 180 países restringiu seu uso. Somente em 2009 a comercialização do pesticida foi proibida no Brasil.

Rachel Carson morreu em 1964 sem conhecer o sucesso de sua obra e o valor de sua luta.



Fonte: http://pindorama.ning.com/profiles/blogs/50-anos-do-livro-primavera-silenciosa

Petição pela Proteção das Abelhas

A campanha criada e coordenada pelo professor Lionel Segui Gonçalves, do Departamento de Biologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP cujo título é “Bee or not to be?”, busca assinaturas online para a Petição pela Proteção das Abelhas, que será entregue às lideranças governamentais e já conta com mais de 3.300 assinaturas.

Fonte: http://www.semabelhasemalimento.com.br/

CLIQUE AQUI E VEJA A PETIÇÃO COMPLETA

A petição pela proteção às abelhas cujo principal objetivo é a sensibilização da sociedade, convoca a todos para uma mobilização de apoio a todas as ações de investigação, identificação e combate às causas do desaparecimento das abelhas ou Colony Collapse Disorder (CCD). A síndrome pode ser causada por neonicotinoides - inseticidas cuja origem provem da molécula da nicotina. A União Europeia proibiu em 2013 por dois anos esses inseticidas. O Brasil é atualmente o maior consumidor mundial de agrotóxicos, de 2010 a 2013 foram comercializados mais de 1 milhão de toneladas de agrotóxicos, cerca de 5Kg por habitante. As pesquisas revelam que os neonicotinoides (neonics), tem efeito altamente tóxicos para as abelhas, percorrendo o sistema vascular das plantas e eliminados através do polen, do nectar e gotas de água, ao fazerem a coleta, as abelhas sofrem de problemas de navegação e não retornam para as colmeias. De acordo com dados de 2011 da United Nation Environment Program (UNEP), já existem pesquisas que apontam que os neonics também são prejudiciais para gatos, cachorros, peixes, aves e outros animais.

Segundo o Professor Leonel Gonçalves, a substituição de agrotóxicos e pesticidas pelo controle biológico é umas das alternativas, além de ser necessário o aumento das áreas verdes, proteger o meio ambiente e cultivar plantas de interesse das abelhas para que elas possam proliferar.

Caminhamos para uma grande crise alimentar mundial e 95% das ações antrópicas são responsáveis pela destruição do planeta. Precisamos repensar imediatamente as nossas atitudes, rever conceitos e buscar as alternativas para a nossa sobrevivência e proteção do nosso planeta, da nossa “casa”.



Sem abelhas, sem alimentos! Assine Já a petição!